Jaime Saade, condenado por estupro e homicídio de sua namorada, Nancy Mestre, em 1994 na Colômbia, foi extraditado pela Polícia Federal (PF) nesta quinta-feira (11), após autorização do Supremo Tribunal Federal (STF) em abril de 2023.
O embarque ocorreu pela manhã no Aeroporto Internacional de Belo Horizonte, em Confins, na Grande BH. Saade realizou o check-in às 5h e passou pelo controle migratório.
Ele foi sentenciado a 27 anos de prisão, mas fugiu para o Brasil, onde adotou uma nova identidade, construiu uma vida e permaneceu escondido por anos. Sua localização foi possível graças a uma investigação conduzida pelo pai da vítima.
O crime ocorreu em 1994, quando Nancy foi baleada após ser agredida sexualmente. Apesar dos esforços da defesa de Saade em alegar suicídio por parte da vítima, a perícia descartou essa hipótese.
Após ser localizado em Belo Horizonte em 2020, Saade recebeu um alvará de soltura, mas foi novamente preso em Alagoas em maio de 2023, após nova ordem de extradição pelo STF.
Desde então, ele estava detido no Presídio Inspetor José Martinho Drumond, em Ribeirão das Neves, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.
O advogado de Saade, Fernando Gomes de Oliveira, expressou preocupação com a suposta violação dos direitos humanos de seu cliente durante o processo de extradição, argumentando que os fatos que motivaram o pedido de extradição haviam prescrito há anos.
O paradeiro de Saade foi descoberto pelo pai de Nancy, Martín Mestre, após intensas investigações. Utilizando pistas encontradas, a polícia conseguiu prendê-lo. O caso ganhou destaque após uma reportagem publicada pelo “El País”.
Jaime Saade, que havia adotado o nome de Henrique dos Santos Abdalla, era procurado pela Interpol.
Após a primeira prisão em 2020, Saade foi libertado em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, após nove meses de detenção, mediante alvará de soltura com revogação da prisão preventiva.
A segunda prisão ocorreu na Praia do Francês, em Alagoas, em maio de 2023, com o apoio da Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG). Ele foi então transferido para Belo Horizonte.
Em 2020, um pedido de extradição do governo colombiano foi inicialmente negado pelo STF, mas em 2023, após um novo pedido, foi autorizado.